Lixo é uma responsabilidade também da população

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Desde 1960

com Circe Cunha e MAMFIL

colunadoaricunha@gmail.com

Passados quase três séculos da Revolução Industrial, uma das grandes encruzilhadas – talvez a maior de todas deparadas hoje pela humanidade – é a administração de toneladas de lixo e outros rejeitos derivados da aceleração na produção de bens de consumo que acompanha o crescimento acelerado da população.

Apesar de os países desenvolvidos empreenderem campanhas massivas para minorar o problema, o fato é que o subproduto das sociedades de consumo vai se tornando um problema de dimensões globais, afetando todo o planeta e o futuro da própria humanidade.

No Brasil são gerados aproximadamente 65 milhões de toneladas de resíduos a cada ano, quantidade que daria para encher a quase totalidade dos estádios de futebol existentes no país. No Distrito Federal, diariamente, são recolhidas 3 mil toneladas de lixo, tornando a capital o terceiro maior gerador de resíduos do território nacional.

Não é pouca coisa, e ainda por cima é mal gerenciado, principalmente com relação à destinação final e ao reprocessamento. Reportagem apresentada pelo Correio, em janeiro, mostrou que mesmo depois de 24 anos de promulgada a Lei Distrital nº 462, o DF ainda não implementou a reciclagem adequada de resíduos sólidos, o que tem gerado, além de danos irreparáveis ao meio ambiente, prejuízos de grande monta a cada ano.

Cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) dão conta de que o Brasil perde R$ 8 bilhões a cada ano, por enterrar o lixo que poderia ser reaproveitado. Caso o DF reciclasse a metade dos resíduos que produz, poderia gerar 60 mil novos empregos diretos e outros 100 mil indiretos, além de uma receita de R$ 250 milhões a cada ano.

O novo Aterro Sanitário de Brasília, em Samambaia, inaugurado este ano, com capacidade para receber 900 toneladas de lixo/dia, ou um terço do que é produzido em todo o DF, apesar de ser o maior da América Latina, é insuficiente para resolver tamanho problema.

A desativação definitiva do Lixão da Estrutural é incerta e talvez nunca ocorra de fato. Naquela localidade, cerca de duas mil famílias sobrevivem da coleta de resíduos. Além dessa massa humana que tira seu sustento diretamente do lixo urbano em grandes depósitos a céu aberto, outros 3 mil catadores circulam e se aglomeram, de forma precária, por diversos pontos da cidade, coletando todo o tipo de material reciclável. Grande parte dessa população, vive em condições degradantes.

A solução para um problema dessa proporção é do conhecimento das autoridades há muito tempo e passa necessariamente pela construção de uma infinidade de galpões para a seleção e triagem do lixo e pela qualificação da mão de obra para este serviço. Na outra ponta, há ainda um imenso trabalho a ser feito na educação da população, não só com relação à seleção e descarte de cada tipo de lixo no lugar e na hora certa, mas, num processo maior que envolve a conscientização das pessoas para os perigos do consumismo desenfreado e para a necessidade de reaproveitamento dos bens, de modo a reduzir, substancialmente, a quantidade de resíduos gerados por cada indivíduo. A questão do lixo, obviamente, é de todos que geram lixo, indistintamente.

A frase que não foi pronunciada

“Liberdade tem preço?”

Título sugerido para um livro sobre a operação Lava-Jato

Trânsito

» Dos R$ 8,69 bilhões arrecadados com o pagamento do seguro DPVAT, R$ 4,3 bilhões (50%) são destinados diretamente à União. A União repassa 5% desse montante, como manda a lei, ao Denatran. Essa verba leva a rubrica para a criação de campanhas educativas sobre o trânsito. Os 45% são destinados ao SUS, ou seja R$ 3,9 bilhões. Os outros 50% restantes são utilizados para custeio de operações do seguro em todo o Brasil, como pagamentos das indenizações, formação de reservas técnicas (atividade inerente a todo mercado segurador), que somaram R$ 4,3 bilhões no período.

Atenção, DF

» A terceira audiência pública LUOS será em 15 de julho, às 9h no Auditório da Unidade Acadêmica – UAC da Universidade de Brasília Campus UNB – Ceilândia, AE, Setor N QNN 14 Conjunto O, Ceilândia Sul, Brasília. A presença na reunião passada foi maciça. É bom ficar de olho para exercer a cidadania.

Doações

» São Vicente de Paulo (Área Especial nº 01, Taguatinga Sul), hospital público que atende demandas psiquiátricas e de dependência química, precisa de chinelos para os internos. Muitos pacientes são abandonados pela família, por isso necessitam da solidariedade da população. Quem coordena a campanha é Mariana (cel. 981566585).

Vai ou não vai

» O PSDB continua com o pé em dois barcos. Do PMDB, o deputado e ex-senador Jarbas Vasconcelos já escancarou o que pensa. E olha que ele é do partido da situação.

História de Brasília

Causou muita encrenca uma nota publicada nesta coluna, segundo a qual um grupo de senhoras estava fazendo a “indústria da caridade”. Eu não quero inimizades, nem comprar briga, mas até hoje não funcionou a “Creche Ana Paula”, inaugurada em agosto. (Publicada em 30/09/1961)

Circe Cunha

Publicado por
Circe Cunha

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