Desmatamento na Amazônia segue em níveis alarmantes em meio à pandemia

Publicado em Catástrofe ambiental, Mudanças climáticas

A destruição florestal na Amazônia segue em níveis alarmantes em meio à pandemia do coronavírus. Após subir 30% em 2019, os dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) apontam que a área com alertas de desmatamento quase dobrou de agosto de 2019 a março de 2020, enquanto os alertas de degradação subiram 122% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O desmatamento da Amazônia ameaça a biodiversidade e coloca em risco a maior floresta tropical do mundo, importante aliada contra o aquecimento global. Com a redução das atividades de fiscalização em meio à pandemia, somada ao enfraquecimento das políticas ambientais e propostas que incentivam mais destruição, como a MP da grilagem, o cenário de destruição tende a piorar.

“Com este triste cenário, é ainda mais importante trabalharmos para zerar o desmatamento na Amazônia e proteger a biodiversidade, apoiando a ciência e a pesquisa brasileira. É por isso que estamos promovendo iniciativas, como o Programa Tatiana de Carvalho de Pesquisa e Conservação da Amazônia, que contribuem com a documentação e preservação da nossa biodiversidade”, comentou Cristiane Mazzetti, da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil. Com um suporte de R$ 438 mil, o programa apoiará 18 projetos de pesquisa de estudantes de pós-graduação das áreas de botânica e zoologia.

 

Efeitos

A biodiversidade oferece uma série de benefícios para toda a sociedade, inclusive a cura para doenças, no entanto, nossas ações estão contribuindo para o seu rápido desaparecimento. De acordo com um estudo publicado na revista Nature, se continuarmos com altos níveis de emissão de gases do efeito estufa, em 2100, algumas regiões, incluindo a Amazônia, terão 90% das espécies expostas à temperaturas sem precedentes, nunca antes vivenciadas. Pesquisadores estimam que atravessaremos um horizonte ecológico que levará à uma perda catastrófica de espécies – incluindo oceanos e florestas tropicais.

“Neste momento de crise, estamos vendo, na prática, a diferença que investimentos na ciência fazem para a toda a sociedade. E no caso da Amazônia não é diferente, a biodiversidade que lá vive precisa ser conhecida e conservada”, disse Cristiane. O Greenpeace divulgou hoje a lista de contemplados do Programa Tatiana de Carvalho de Pesquisa e Conservação da Amazônia, um projeto idealizado para incentivar e apoiar pesquisadores brasileiros no estudo sobre novas espécies da biodiversidade amazônica.

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