Em nove anos, empresas que consumiram energia limpa – eletricidade gerada a partir de fontes ambientalmente amigáveis, como eólica, solar, biomassa e hídrica – impediram a emissão de 3,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa.
Os dados são da Comerc Energia, que emitiu 5 mil certificados para empresas que consumiram voluntariamente energia limpa. A não emissão desse volume de CO2 equivale ao plantio de mais de 24,5 milhões de árvores no período.
Só em 2018, o total de toneladas de CO2 suprimidas superou a marca de 669 mil, o equivalente a quase 4,7 milhões de árvores plantadas.
Confira a evolução na tabela da Comerc:
Por outro lado…
O governo federal concedeu R$ 85 bilhões em subsídios no ano passado para energia suja, aponta estudo do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). O aporte auxiliou produtores de petróleo, carvão mineral e gás natural e garantiu aos consumidores preço menor na aquisição desses produtos.
Para chegar a essa cifra, a organização somou todo o dinheiro que deixou de entrar nos cofres públicos – devido aos inúmeros regimes especiais de tributação e programas de isenção de impostos –, mais os recursos oriundos do Orçamento da União para incentivar a atividade.
Segundo as pesquisadoras do Inesc Alessandra Cardoso e Nathalie Beghin, os R$ 85 bilhões equivalem a 2,8 vezes o orçamento do Bolsa Família ou 24 vezes o valor repassado ao Ministério do Meio Ambiente (R$ 3,49 bilhões) no ano passado.
No total, os benefícios concedidos aos produtores de combustíveis fósseis respondem por 27% dos subsídios ou R$ 22,89 bilhões no ano. Já os subsídios ao consumo, que atingiram R$ 62,24 bilhões ou 73% do montante total, abrangem a diminuição das alíquotas para diesel e gasolina do PIS/Cofins, uma perda de R$ 2,88 bilhões, e da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide), de R$ 47,4 bilhões.