RODOLFO COSTA
O ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, Santos Cruz, foi demitido enquanto discutia novas fontes de arrecadação para o governo com o Parlamento. Debateu o recolhimento em fontes clandestinas, pauta que deu pontapé às discussões da regulamentação e legalização de jogos de aposta. Estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta para uma arrecadação potencial de R$ 60 bilhões.
A expectativa dos parlamentares é que o general Ramos, novo ministro da Secretaria de Governo, mantenha as conversas pela regulamentação dos jogos. A ideia é regularizar e abocanhar receitas em modalidades de jogos atualmente praticadas na clandestinidade. O último a conversar com Santos Cruz sobre a agenda de novas fontes de arrecadação foi o deputado Fausto Pinato (PP-SP), presidente da Comissão de Agricultura da Câmara.
A agenda da regulamentação dos jogos é discutida, atualmente, pela Frente Parlamentar Mista pela Aprovação do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, do qual Pinato faz parte. O presidente da bancada temática, Bacelar (Podemos-BA), se articula para colocar o Projeto de Lei 442/1991 em votação no Plenário da Câmara. O texto prevê a regulamentação dos jogos, que tem apelo dentro da Casa.
O Instituto Paraná Pesquisas fez um levantamento que aponta que 52,1% dos deputados são favoráveis à legalização de jogos. O estudo foi encomendado pelo Instituto Brasileiro Jogo Legal com 238 deputados. A amostra é menor do que a quantidade de parlamentares na Câmara, mas é vista por Bacelar como expressiva para articular com líderes e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a inserção da matéria na Ordem do Dia no Plenário.