Governo não tem como escapar de aumento de imposto

Publicado em Economia

O presidente Michel Temer está reticente, mas todos os números fechados pela equipe econômica, que estão sendo analisados, mostram que, sem aumento de impostos, não haverá como o governo fechar as contas e entregar um deficit máximo de R$ 139 bilhões neste ano, como prometido pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

 

A perspectiva é de que o governo aumente o PIS e a Cofins incidentes sobre os combustíveis. As alíquotas devem subir cerca de 10%. Um técnico da equipe econômica diz que, sem essa elevação, o corte no Orçamento terá que ser muito maior que o necessário para manter o governo funcionando. A ala política do governo quer que os cortes se limitem entre R$ 27 bilhões e R$ 30 bilhões. A equipe econômica fala em contingenciamento de até R$ 40 bilhões.

 

A decisão sobre o aumento de impostos e o tamanho do corte no Orçamento será anunciado ainda hoje. Os números devem ser apresentados a Temer no meio da tarde e, tão logo o presidente bata o martelo, serão divulgados.

 

Recessão

 

O governo foi obrigado a reavaliar receitas e despesas diante da retração na arrecadação de tributos, que continua sofrendo com a forte recessão. O governo esperava que, já no primeiro trimestre do ano, a atividade desse sinais de retomada mais forte, mas isso ainda não aconteceu. A economia continua no atoleiro.

 

Com o faturamento em baixa e muito endividadas, as empresas não estão recolhendo os impostos que devem. Os tributos incidentes sobre a renda dos trabalhadores também se mantêm em baixa, devido ao desemprego. Com isso, a conta não fecha.

 

A perspectiva é de que o governo reduza a previsão de crescimento da economia neste ano de 1,6% para, no máximo 1%. Isso implicará em jogar a perspectiva de arrecadação para baixo, dificultando o cumprimento da meta fiscal. “O quadro da economia é dramático”, diz um técnico do governo.

 

Brasília, 11h01min