ROSANA HESSEL
O BNP Paribas acaba de revisar as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e agora prevê queda de 4%, devido aos impactos da pandemia de Covid-19, provocada pelo novo coronavírus. Essa é a segunda reestimativa em menos de um mês. Em 18 de março, o banco francês tinha revisado a expectativa de crescimento do PIB brasileiro, de 1,5%, para uma queda de 1%.
Pelas novas estimativas da instituição financeira, as medidas necessárias que precisarão ser adotadas pelo governo para minimizar os efeitos dessa recessão na qual país está mergulhando podem chegar a 10% do PIB em gastos novos, conforme relatório divulgado nesta terça-feira (07/04).
Com base nos anúncios de medidas anunciadas pela equipe econômica, o banco contabilizou R$ 697,1 bilhões em ações para minimizar os impactos da Covid-19 na economia. Desse montante, R$ 226,7 bilhões, o equivalente a 3,2% do PIB, são gastos fiscais novos, como redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em R$ 7 bilhões e os pacotes de socorro aos trabalhadores informais, de R$ 98 bilhões, e o de socorro às empresas, de R$ 51 bilhões.
A expectativa do BNP para o resultado primário para as contas públicas é de um deficit de 7,3% neste ano, ou seja, R$ 413 bilhões, fazendo com que a dívida pública bruta salte para 90% do PIB no fim do ano.
O banco destacou que o Brasil vem lutando pela sustentabilidade fiscal há vários anos e lembrou que o governo conseguiu aprovar medidas essenciais de sustentabilidade fiscal, como o teto de gastos e a reforma da Previdência. Antes da pandemia, a estimativa da instituição para a dívida pública bruta chegaria a 75% do PIB neste ano. “Nossa simulação do choque e das medidas anunciadas mostra que a dívida bruta deverá crescer 15 pontos percentuais”, informou o relatório dos economistas do BNP.