Wesley chegou à JBS antes da 6h da manhã. Falou com pessoas estratégicas dentro da companhia. Ele tentou tranquilizar os que o procuraram sobre o futuro do grupo, que muitos especialistas veem como ameaçado.
Nesta sexta-feira, 19, por sinal, em praticamente todas as unidades da JBS houve encontros com os funcionários para esclarecer pontos sobre a situação do grupo, o maior produtor de proteína animal do mundo. A mensagem foi no sentido de ter calma.
A indignação da população em relação ao grupo JBS é enorme. Ninguém se conforma com o fato de os empresários, depois de todo o esquema de corrupção que montaram, continuarem impunes e, pior, riquíssimos. Ha sérias acusações de que Wesley e Joesley compraram uma montanha de dólares dias antes de as delações terem sido reveladas. Teriam lucrado US$ 1 bilhão.
Não há perdão
Ninguém se conforma, também, com a carta de pedido de desculpas do JBS. O grupo diz que só corrompeu no Brasil porque esse era o único jeito de tocarem seus negócios. Por isso, teria transferido a maior parte de suas operações para os Estados Unidos, onde não se pagaria propina aos agentes públicos.
Ora, corrupção não existe só no Brasil. Também é latente nos Estados Unidos. Não há dúvidas de que o JBS poderia ter seguido estritamente a lei e, com certeza, teria sucesso, já que é controlado por uma família de empreendedores. O JBS, porém, optou pelo caminho mais fácil, corrompendo, saqueando os cofres públicos. Portanto, não há como desculpar a família Batista.
Parte dos Batista, incluindo Joesley, já está fora do país. Mais precisamente nos Estados Unidos. Talvez eles estejam zombando de nós, que, consumindo os produtos do grupo, ajudamos a alimentar um dos maiores esquemas de corrupção que já se viu no país e que pode derrubar o presidente Michel Temer.
Brasília, 18h15min