O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que foi diagnosticado com covid-19 e está em quarentena em Nova York, deixou um rastro de contaminação que pode ter chegado até ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Na última segunda-feira (20/09), véspera da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Queiroga acompanhou o presidente Jair Bolsonaro em um encontro bilateral com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no consulado-geral do Reino Unido.
Queiroga apertou a mão de Johnson, que estava sem máscara. O primeiro-ministro já tomou as duas doses da vacina AstraZeneca, contra a covid, mas isso não impede que ele seja infectado. O ministro brasileiro também tomou as duas doses de vacina, contudo, está com covid.
No dia seguinte ao encontro com Bolsonaro — que reforçou, rindo alto, não ter sido vacinado —, Johnson foi a Washington para uma conversa com Joe Biden. O presidente norte-americano, por sinal, esteve em Nova York, na noite anterior, onde pernoitou no mesmo hotel da comitiva brasileira que acompanhou Bolsonaro na ONU.
Na terça-feira (21/09), outro ministro brasileiro, Carlos França, das Relações Exteriores, esteve com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. Já o ministro do Meio Ambiente do Brasil, Joaquim Leite, se encontrou com John Kerry, enviado especial de Biden para o Clima. As conexões, portanto, são fortes.
O constrangimento entre integrantes da equipe de Bolsonaro é grande. Na visão deles, a viagem do presidente para participar da Assembleia-Geral da ONU não poderia ter acabado pior. O diagnóstico de covid de Queiroga derrubou a moral de muita gente do governo.
Vale lembrar que a população bancará as despesas com a quarentena de Queiroga em Nova York. Por baixo, a fatura sairá por R$ 30 mil, isso, se ele ficar no quarto mais barato do hotel em que está hospedado.
Brasília, 13h42min