ROSANA HESSEL
A economista e advogada Elena Landau está bastante animada em ser a coordenadora da área econômica da campanha da senadora e pré-candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB-MS). Segundo a ex-diretora do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e coordenadora do programa de privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o convite foi feito por telefone. Ela aceitou logo, porque considera que ambas têm “ideias convergentes” sobre o liberalismo com olhar social e adiantou que o programa “terá foco no social e no meio ambiente”, além da preocupação com as contas públicas.
“A senadora me ligou e eu aceitei porque gosto muito dela. Gosto muito das ideias e da postura dela. Acho uma senadora espetacular, com uma história política e de vida pública fora de série, com muita experiência”, afirmou Elena Landau, em entrevista ao Blog. “Ela gosta muito dessa questão do liberalismo com olhar social. Essa é uma coisa que concordamos: um liberalismo com uma agenda mais voltada para o social”, destacou a também fundadora do Livres, movimento político-social brasileiro que defende o liberalismo econômico e social.
A economista contou que vai procurar elaborar propostas complementares às que a senadora já tem em mente, porque a parlamentar tem ideias próprias e muito boas. “Vamos montar um programa com muito foco no social e no meio ambiente, para ver esse Brasil do futuro, daqui para frente”, acrescentou.
“Futuro de conciliação”
Na avaliação da economista, a senadora emedebista tem um diferencial em relação ao presidente e aos atuais pré-candidatos, que poderá ser uma vantagem para tentar unificar uma candidatura para um governo menos polarizado e mais aberto ao diálogo, preservando os princípios democráticos.
“Simone Tebet tem essa possibilidade de partir para um presidencialismo de conciliação, porque estamos traumatizados com essa briga e essa polarização”, reforçou Landau. “Ela é uma pessoa muito suave. É firme quando precisa ser firme. É educada. Tem essa capacidade de começar a pensar um país do futuro, um Brasil diferente dessa guerra, de destruição que foi esse governo”, ressaltou. “Acho que Simone é uma esperança de novidade e de futuro de conciliação”, frisou.
A economista lembrou que Simone Tebet foi firme na CPI da Pandemia e também foi bastante crítica em relação à PEC dos Precatórios, que acabou com o teto de gastos e ainda deu um calote parcial na dívida judicial, “pedalando” mais de R$ 40 bilhões dos precatórios que deveriam ser pagos neste ano para abrir espaço fiscal para mais gastos do governo e de emendas parlamentares em pleno ano eleitoral. A medida, melhora as contas públicas no curto prazo, mas gera um passivo gigantesco para a dívida pública, cujos cálculos de analistas do Congresso variam de R$ 700 bilhões a R$ 1 trilhão até 2026.
“A senadora tem posições corretas do fiscal ao social, e eu gosto muito disso”, afirmou a economista, destacando que o programa terá preocupação também com o equilíbrio das contas públicas.
“Sem terceirização da Economia”
De acordo com Elena Landau, a partir de agora, o trabalho começa, de fato, após a “primeira conversa” e o papel dela será complementar, dando sugestões, mas sem tirar o protagonismo da senadora nas propostas econômicas, pois Tebet tem boas ideias na área, não sendo necessário um fiador para tranquilizar o mercado.
“Uma coisa importante é que não vai ter a questão de terceirizar a economia. A candidata à Presidência é a senadora. É ela quem vai implementar as políticas. A palavra final é sempre dela. E é por isso que eu me sinto confortável em aceitar esse convite. Há uma convergência do que nós duas pensamos para um país do futuro”, disse a economista. “Eu estou contribuindo e estou muito feliz em contribuir”, completou.