Avelar conta que um dos artistas, Rafael Gonçalves, que tem residência fixa em Cabo Verde, está internado em um hospital de Berlim. Mas não há detalhes sobre o estado de saúde dele, porque, pela legislação alemã, as informações só podem ser repassadas com autorização do paciente. O jovem teve o rosto desfigurado pelos neonazistas.
O ministro relata que a Embaixada do Brasil tomou conhecimento dos ataques xenófobos nesta quarta-feira, 9 de agosto, por meio de um bilhete deixado na porta do órgão por uma pessoa de nome Lívia. No bilhete, havia o contato da produtora do grupo na Europa, a alemã Stefanie Rossa, que foi contactada imediatamente pelo Departamento Jurídico da Embaixada.
Rossa informou que o grupo já havia deixado a Alemanha e não sabia qual o destino dos artistas. Ela informou, porém, que um deles, Rafael, estava internado depois de ser atacado por neonazistas. Uma representante do Departamento Jurídico da Embaixada foi, então, ao hospital e se certificou sobre o estado de saúde do jovem.
Segundo o ministro, a Embaixada não conseguiu contato com nenhum dos artistas e nem foi procurada por ninguém depois do bilhete. Mas está mantendo contato direto com a polícia alemã para saber os desdobramentos do caso.
Os crimes de ódio na Alemanha aumentaram muito depois do forte crescimento no número de refugiados no país. Os mais radicais não aceitam, sobretudo, os muçulmanos, mas saem agredindo todas as pessoas que consideram invasoras. Isso vale, inclusive, para turistas. O governo alemão tem feito um trabalho de convencimento para mostrar que o país é amigável a todos os visitantes.
Brasília, 19h15min