Turquia e decepção com Alckmin arrasam o mercado

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Quem esperava por uma sexta-feira (10/05) tranquila errou feio. Desde a abertura dos mercados, a tensão se instalou nas mesas de operação de bancos e corretoras. Dois motivos, particularmente, estão mexendo com o humor dos investidores: o fraco desempenho do tucano Geraldo Alckmin no debate dos presidenciáveis de quinta-feira (09/08) à noite na Band e o derretimento da lira turca, que chegou a cair 20% diante das incertezas em relação a medidas econômicas a serem anunciadas pelo governo e das novas sanções impostas ao país pelos Estados Unidos.

A Bolsa de Valores de São Paulo abriu o dia em forte baixa e, por volta da 11h20, o Ibovespa, principal índice de lucratividade das ações mais negociadas, apontava baixa superior a 2%. O dólar, por sua vez, deu uma arrancada expressiva, chegando a atingir R$ 3,87, com valorização de mais de 1,5%. “Está uma sexta-feira de terror”, diz um operador ao Blog. “Todo mundo está muito assustado”, acrescenta. Outro fator que pesou no mercado foi a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar de 20% para 50% a tarifa sobre importação de aço e alumínio.

No front doméstico, os investidores estão desconfiados da capacidade de Alckmin de decolar as pesquisas. Por maior que seja a torcida, e por mais que o mercado esteja “comprado” no tucano, parte significativa dos operadores não descarta a possibilidade de o segundo turno das eleições ser disputado por Jair Bolsonaro (PSL) e por Fernando Haddad (PT).

Nesta sexta, saiu mais uma pesquisa de intenção de votos da XP Investimentos/ Ipespe e Bolsonaro continua na liderança com até 23% de votos no cenário sem Lula. Em um dos levantamentos, o indicado por Lula aparece com 13% das intenções de votos, à frente de Marina Silva (10%) e de Alckmin (9%). Isso mostra que, mesmo com todas as alianças fechadas pelo candidato do PSDB, que vão lhe garantir quase a metade do tempo de tevê, ele não consegue decolar.

Para o mercado, Alckmin é o candidato mais bem preparado para assumir o comando do país a partir de 2019, por estar comprometido com as reformas necessárias para ajustar as contas públicas, que estão em frangalhos. O problema é que ele não consegue encantar os eleitores. Faltando menos de dois meses para as eleições, terá que fazer um esforço monumental para retirar votos de Bolsornaro e impedir que o candidato petista consiga deslanchar.

Brasília, 11h18min

Vicente Nunes