SIMONE KAFRUNI
O governo brasileiro sofreu uma grande derrota. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, praticamente vetou a entrada, neste ano, do Brasil na Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), clube que reúne os países ricos. O norte-americano escolheu a Argentina para se juntar ao grupo.
Trump alega que falta “respaldo eleitoral” ao Brasil, devido às incertezas em relação às eleições e à falta de compromisso com as reformas. Na avaliação do presidente dos EUA, há respaldo de sobra no caso de Mauricio Macri, que vem promovendo mudanças importantes na economia argentina. Na América do Sul, apenas o Chile faz parte do clube dos países desenvolvidos.
Ao Blog, a OCDE informa, por meio de sua assessoria de imprensa: “Não temos comentários sobre as discussões em andamento entre nossos países membros sobre os vários candidatos à adesão”. Contudo, para o presidente da entidade, Jose Angel Gurría, é importante ter o Brasil entre seus membros. Tanto que, quando tomou conhecimento da resistência de Trump ao país, recomendou ao Palácio do Planalto que procurasse diretamente o governo dos Estados Unidos para negociarem, mas não houve avanços.
Fontes do governo alegam que o processo de adesão é longo, de cinco a seis anos, e o Brasil está apenas no começo. Segundo integrantes do Planalto, já é conhecida a posição dos Estados Unidos de limitarem a ampliação da OCDE. Além disso, é conhecida a preferência de Trump pela Argentina, porque o pai dele foi amigo do pai do presidente de Macri.
Procurado, o Itamaraty diz que está se inteirando dos fatos.