Como o BC já avisou que está preparado para colocar mais US$ 10 bilhões em contratos de swap na próxima semana, a fatura só aumentará, sem a garantia de que a autoridade monetária conseguirá conter a valorização da moeda norte-americana. Há muitos fatores empurrando o dólar para cima, a começar pelo aumento dos juros nos Estados Unidos, movimento sobre o qual o BC não tem controle.
Para analistas, o BC está correndo muitos riscos ao fazer intervenções tão pesadas no câmbio. Primeiro, porque pode perder bilhões de reais, prejuízos que serão repassados para o Tesouro Nacional, que já está com as contas estraçalhadas. Segundo, além das incertezas externas, há o componente político interno. Dependendo do resultado das eleições, com a vitória de um candidato descompromissado com as reformas e com os ajuste fiscal, o dólar pode explodir.
Somente nesta sexta (15/06), o BC fez três leilões de contratos de swap, totalizado US$ 5,75 bilhões, recorde para um único dia, zerando os US$ 24,5 bilhões que Ilan havia anunciado na semana passada, quando a moeda norte-americana encostou nos R$ 4. A gula do mercado por esses contratos é grande, pois todos querem se proteger desse clima de desconfiança.
Para o governo, o BC está no caminho certo. A venda de contratos de swaps é a melhor solução neste momento, pois não há porque mexer nas reservas cambiais. Desde 2009, a instituição não vende dólar à vista. Integrantes do mercado, no entanto, dizem que o BC só está maquiando os problemas e, ao afirmar que está disposto a colocar o que for necessário no mercado, está dando gás aos especuladores. Segundo o BC, as operações com swaps podem superar o recorde de US$ 115 bilhões colocados durante a gestão de Alexandre Tombini.
Brasília, 18h10min