Tony Ramos é o garoto propaganda mais longevo da Friboi. Em vários comerciais, o ator foi visto dentro da linha de produção de carne do frigorífico. Sua missão era, sobretudo, ressaltar a qualidade do produto. Descobriu-se, agora, que a Friboi vende carne podre, contendo ácidos que dão a aparência saudável. Tony dizia: “A qualidade vai te surpreender”. Agora, ao site Ego, ele afirma que está surpreso com a notícia. “Sou apenas contratado pela empresa de publicidade, não tenho nenhum contato com a JBS”, frisou.
Quando Fátima Bernardes aceitou fazer as propagandas da Seara, a justificativa foi a de que só estava associando a imagem dela aos produtos da empresa porque tinha a certeza de que eram de boa qualidade e que consumia em casa com os filhos. Muitos produtos da Seara com prazos de validade vencidos são reembalados e ofertados aos consumidores.
Roberto Carlos, mesmo sendo vegetariano, aceitou um cachê milionário para promover a carne da Fibroi. Nos comerciais, fingia comer o produto. A polêmica foi tamanha, que a Friboi cancelou o contrato com o cantor e queria que ele devolvesse parte do dinheiro que havia recebido. Ele se negou.
O casal Angélica e Luciano Huck levaram R$ 20 milhões da Perdigão para um contrato publicitário de um ano. A controladora da Perdigão, a BRF Brasil é acusada de reembalar produtos vencidos e distribuir pelas redes de supermercados.
Vergonha internacional
Os grupos JBS e BRF Brasil são os maiores produtores de proteína animal do país. Estão entre os principais do mundo. Exportam para dezenas de países. Por meio da Operação Carne Fraca, descobriu-se que os frigoríficos, com outras dezenas de empresas, montaram uma rede de corrupção no Ministério da Agricultura para que fiscais agropecuários emitissem licenças para que carne podre, regada a ácido, fosse vendida sem problema.
A Polícia Federal investigou a organização criminosa por mais de dois anos. Foram expedidos 309 mandados judiciais, com pedidos de prisão e busca e apreensão. O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, foi pego em escutas autorizadas pela Justiça. Ele se refere ao fiscal Daniel Gonçalves Filho, superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entre 2007 e 2016, como “grande chefe”.
Brasília, 15h05min