Como o presidente Michel Temer fará várias viagens para o exterior, a presidente do STF, Cármen Lúcia, assumirá o comando do país. Com isso, Dias Toffoli passará a tocar o Supremo nesse período de recesso do Judiciário. Na presidência da Corte, poderá acolher monocraticamente qualquer liminar que lhe chegar às mãos, inclusive uma requerendo a liberdade de Lula.
Os petistas não querem fazer alarde sobre tal possibilidade, mas, internamente, já fazem planos, como o de promover uma grande viagem do petista pelo país para reforçar a candidatura dele ao Palácio do Planalto. A meta será constranger ao máximo a Justiça Eleitoral, que, pela Lei da Ficha Limpa, terá que negar o registro de Lula como candidato.
O prazo para a possível liberdade de Lula já está demarcado: entre 23 e 27 de julho. Nesse período, Temer vai emendar duas viagens ao exterior. A primeira parada, entre 23 e 24, será no México, onde ele participará da reunião da Aliança do Pacífico. A segunda parada será na África do Sul, para a reunião dos Brics, acrônimo que reúne, além daquele país, Brasil, China, Rússia e Índia.
Pela lei eleitoral, nem o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, nem o presidente do Senado, Eunício Oliveira, podem assumir a Presidência da República, pois, se o fizessem, estariam impedidos de disputar as próximas eleições. Eles também devem se ausentar do país. Por, isso, o chefia do Brasil vai para Cármen Lúcia.
Como diz um petista graduado, tudo conspira a favor da libertação de Lula. Depois de José Dirceu, de quem foi subordinado, Toffoli poderá tirar Lula da cadeia, criando um grande fato político, que terá enorme repercussão nas eleições. O país, por sinal, já estará mergulhado na corrida ao Palácio do Planalto.
Brasília, 12h28min