Tesouro Nacional arrecada R$ 5,5 bilhões em primeiro leilão de 2021

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ROSANA HESSEL

O Tesouro Nacional realizou, nesta terça-feira (05/01), o primeiro leilão de 2021 e conseguiu vender a totalidade da oferta de 1,3 milhão de títulos indexados ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conhecidos por NTN-B. Conforme dados do órgão foram arrecadados R$ 5,54 bilhões na operação dos papéis com três vencimentos: 2026, 2030 e 2055.

O leilão tradicional “foi bem-sucedido”, na avaliação do economista Sergio Goldenstein, consultor da Ohmresearch Independent Insights. “O Tesouro conseguiu vender integralmente os lotes ofertados e ainda mudou a sistemática do leilão, o que foi bastante positivo para o mercado, porque especifica o volume de papel para cada vencimento, como faz com os títulos prefixados”, comentou o analista, em entrevista ao Blog.

Até o ano passado, de acordo com o analista, os leilões de NTN-B eram cercados por maior incerteza, pois o Tesouro definia a quantidade de cada vencimento após o recebimento das propostas do leilão e, “portanto, os compradores não sabiam antecipadamente qual seria o volume, o que prejudicava uma precificação mais eficiente”.

Conforme os dados do Tesouro, foram ofertadas 750 mil unidades da NTN-B com vencimento 15 de agosto de 2026. Segundo Goldenstein, foi a primeira oferta desse papel. A taxa contratada foi de 2,34% ao ano acima do IPCA. O valor dessa operação foi de R$ 3,11 bilhões, de acordo com o relatório do órgão subordinado ao Ministério da Economia.

O segundo papel ofertado, com vencimento em 15 de agosto de 2030, pagou taxa de 2,89% ao ano acima do IPCA, totalizando R$ 2,19 bilhões na transação envolvendo 500 mil unidades do papel. E, para o último lote de NTN-B, de 50 mil unidades com vencimento em 15 de maio de 2055, a taxa anual contratada acima da inflação foi de 3,82%, totalizando R$ 243,10 milhões na operação.

A rentabilidade desses dois últimos papéis ficaram abaixo dos valores negociados no penúltimo leilão de NTN-B  realizado pelo Tesouro em 2020. No dia 8 de dezembro, o órgão pagou de 3,13% taxa acima do IPCA para os títulos vencendo em 15 de agosto de 2030, e de 4,07% para os papeis com vencimento em15 de maio de 2055. “As taxas saíram mais baixas em função do fechamento da curva de juros em dezembro”, afirmou Goldenstein.

Vicente Nunes