ROSANA HESSEL
Após anunciar a primeira emissão de títulos em dólar no mercado global, na manhã desta quarta-feira (5/4), o Tesouro Nacional informou que captou US$ 2,25 bilhões pagando juro de 6,15% ao ano, com vencimento em 2033, o Global 2033. Foi a primeira emissão internacional de títulos públicos desde 29 de junho de 2021, segundo o órgão do Ministério da Fazenda.
Ao longo do dia, o Tesouro anunciou a intenção de emitir US$ 1,5 bilhão, mas a demanda pelo título foi bem maior, chegando a US$ 8,5 bilhões. O custo chegou a variar entre 6,50% a 6,625% ao ano, entre as demandas pela manhã, mas o título foi emitido pagando para o investidor taxa de retorno de 6,15% ao ano, “em função da forte demanda dos investidores”, segundo o órgão da Fazenda. Pelos cálculos da instituição, o prêmio pago na emissão corresponde a um spread de 285,4 pontos-base acima dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
“Janela de oportunidade”
“Observamos a presença de investidores de alta qualidade que tipicamente investem em ativos com grau de investimento”, informou o Tesouro, em nota. O órgão acrescentou que vinha vinha monitorando o mercado, “buscando uma janela de oportunidade para realizar a emissão”. “O bom momento do mercado permitiu que fosse realizada na data de hoje. A operação demonstra o grande apetite do investidor estrangeiro por ativos brasileiros”, acrescentou.
Considerando o valor do dólar comercial no fechamento de hoje, de R$ 5,0499, o valor da operação foi de R$ 11,36 bilhões. A divisa norte-americana recuou 0,65%, após os elogios do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto ao novo arcabouço fiscal.
O Tesouro informou ainda que segue com o objetivo de concluir a plataforma de gestão sustentável ambientalmente e socialmente (ESG, do inglês “environmental, social and governance”) para emissão de um bônus sustentável ainda no segundo semestre deste ano.
Na última emissão desde 2021. A operação foi liderada pelos bancos Bank of America (BofA), BNP Paribas e Morgan Stanley.