O órgão do Ministério da Economia conseguiu vender 96% dos 17,5 milhões de unidades de títulos prefixados, ou LTNs, ofertados no segundo leilão do ano, arrecadando R$ 15,6 bilhões. A oferta de 10 milhões, com vencimento em abril de 2022, foi totalmente vendida, pagando taxa anual de 3,56% e arrecadando R$ 9,6 bilhões.
Dos 5 milhões de títulos vencendo em janeiro de 2023, o Tesouro vendeu 4,8 milhões (96%), remunerando 4,68% ao ano. O valor arrecadado foi de R$, 4,4 bilhões. Já os 2,5 milhões de papéis, com vencimento em julho de 2024, tiveram 81% da oferta vendida, com taxas de 6,07% ao ano. O volume arrecadado foi de RR$ 1,6 bilhão.
A oferta de 3,8 milhões de títulos prefixados com juros semestrais, as NTN-Fs, foi vendida integralmente, algo “bastante positivo” na avaliação de Goldenstein, porque o mercado aceitou comprar papéis com prazos mais longos, de até 10 anos, apesar de o volume ser pequeno se comparado com os de vencimentos mais curtos.
Os papéis com vencimentos em janeiro de 2029, pagaram juros de 7,09% ao ano, e os para janeiro de 2031, foram negociados com juros de 7,35%. O volume arrecadado foi de R$ 4,4 bilhões.
Até mesmo a oferta de até LFTs, títulos indexados à Selic, com vencimentos para agosto de 2022 e 2027, teve uma boa demanda, na avaliação de Goldenstein. “O volume emitido foi positivo, porque o Tesouro conseguiu vender 100% da oferta de até 1 milhão de títulos, sendo que a maior parte no vencimento mais longo”, afirmou. O Tesouro arrecadou R$ 10,6 bilhões com a venda de LTFs, com deságio de 0,11%, para os títulos de 2022, e de 0,33% para os de 2027.
“Apesar de o Tesouro não ter conseguido vender uma pequena parte do volume ofertado de títulos prefixados, o leilão foi bem-sucedido, com financeiro de cerca de R$ 30 bilhões, reforçando o caixa do Tesouro”, destacou Goldenstein.
Pelos cálculos do especialista, para conseguir fazer a rolagem da dívida pública sem queimar os cerca de R$ 800 bilhões líquidos que possui em caixa _ descontando os papéis vencendo em janeiro de 2021 e os recursos de fundos federais que não podem ser utilizados _, e ainda cobrir o rombo fiscal quase R$ 250 bilhões previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o Tesouro precisará emitir R$ 130 bilhões por mês, o que resultaria em uma média semanal de R$ 32,5 bilhões. “Com os dois leilões desta semana, o Tesouro está em um bom caminho, porque já conseguiu superar essa média”, destacou.