LEONARDO CAVALCANTI
Parlamentares de diferentes cores partidárias estão atentos ao depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Sérgio Moro, em Curitiba, nesta quarta-feira, 13. No caso do PT, a percepção é a de que, ao contrário do primeiro encontro cordial entre o magistrado e o petista, em maio, desta vez as reações devem ser ásperas, o que pode acabar com um pedido de prisão.
Mesmo considerando que tal atitude não combinaria com o juiz titular da 13ª Vara Criminal, os últimos fatos contra Lula tornam o ambiente mais tenso.
O depoimento de Lula ocorre uma semana depois de o ex-ministro Antonio Palocci dizer que o ex-presidente recebeu propina do grupo Odebrecht. No encontro com o juiz, o petista vai responder sobre um esquema intermediado pela empreiteira para a compra de um terreno em São Bernardo (SP). Palocci chegou a citar um “pacto de sangue” entre Lula e Emílio Odebrecht.
A bancada do PT no Congresso marcou para definir quais parlamentares irão a Curitiba para acompanhar o depoimento de Lula. Além disso, movimentos sociais pretendem fazer um ato político na capital paranaense no dia no depoimento. Como ocorreu no primeiro encontro entre o petista e o magistrado, o prédio da Justiça terá acesso restrito e arredores, bloqueados.
A denúncia do Ministério Público do DF contra Lula por corrupção passiva quando ocupava a Presidência apenas piora as coisas para o petista. O ex-presidente começa a acumular pontos negativos, sem grandes reações da militância.
Em tempo: no mesmo dia do depoimento de Lula, está previsto o julgamento do recurso do ex-ministro José Dirceu contra a condenação de Moro, no TRF-4, de Porto Alegre.