O texto do pronunciamento está sendo fechado entre o presidente e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Raul Jungmann (Segurança), Sérgio Etchgoyen (Gabinete de Segurança Institucional) e Joaquim Silva e Luna (Defesa).
Temer entende que o governo fez um acordo com os caminhoneiros, mas a insistência deles em fechar estradas o levou a tomar medidas mais enérgicas. Postos de combustíveis estão desabastecidos e voos sendo cancelados em vários aeroportos, sobretudo em Brasília.
Para Temer, a situação saiu do controle. O governo precisa mostrar à sociedade que há um poder constituído e que não tolera abusos. Na noite de quinta-feira (24/05), o Palácio do Planalto fechou acordo com os caminhoneiros para que a greve fosse suspensa imediatamente. Mas os protestos continuam, causando enormes transtornos à população. O acordo foi fechado por 15 dias, com redução de 10% no preço do diesel.
Na avaliação do Planalto, pegou muito mal a avaliação pública de que o governo está refém e acuado ante os protestos dos caminhoneiros. Temer quer mostrar, com o uso das Forças Armadas, que o governo mantém total controle da situação, apesar do caos instalado no país.
Temer também precisa dar uma resposta politica a aliados, que cobram um governo mais firme ante os abusos. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, decretou estado de emergência na cidade. Serviços públicos essenciais estão sendo suspensos por total incapacidade da prefeitura de prestá-los. Há desabastecimento de combustíveis na cidade, que quase parou nesta sexta-feira.