Temer, segundo auxiliares, poderá usar o discurso de que estará nomeando a primeira mulher para a chefia da PGR, um feito histórico. Como se sabe, o presidente foi muito criticado quando anunciou seu ministério, quase que exclusivamente masculino e branco.
“No que depender de Temer, Raquel Dodge será a Procuradora-Geral da República. Entre os três que compõem a lista tríplice, ela é a mais moderada. Não tem sangue nos olhos”, diz um integrante do Palácio do Planalto. “Além de tudo, tem o apoio de gente importante do PMDB”, acrescenta.
Amigos de Raquel garantem, porém, que as informações de que a procuradora tem o apoio de peemedebistas como o senador Renan Calheiros (AL) são falsas e têm como objetivo único queimá-la junto à opinião pública. Raquel, segundo os amigos, é independente e muito capacitada para comandar a PGR.
Os mesmos amigos garantem que Raquel é uma grande defensora da Lava-Jato. E que vai levar adiante todos os processos conduzidos por Janot. “Ela não aceitará a pecha de que foi colocada na PGR para se tornar uma engavetadora-geral da República”, diz um desses amigos.
A perspectiva no Planalto é de que, de posse da lista tríplice feita pelos procuradores, Temer indique rapidamente o nome da futura comandante da PGR para o Senado, que terá que sabatiná-la. Com isso, evitará que Raquel fique sangrando com ataques que devem vir de todos os lados e tentará esvaziar Janot, que encaminhou denúncia contra o presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva. O mandato de Janot acabará em 19 de setembro.
Brasília, 18h45min