Não será surpresa se, dentro da reforma que o vice-presidente, Michel Temer, quer fazer no governo, reduzindo o número de ministérios, o presidente do Banco Central perca o status de ministro. O assunto vem sendo debatido por pessoas próximas ao peemedebista, que, em troca, trabalharia para aprovar, no Congresso, a independência formal da autoridade monetária.
O status de ministério para o BC foi definido no governo Lula para que o então presidente da instituição, Henrique Meirelles, ganhasse foro privilegiado para se defender de suspeitas de evasão de divisas quando comandava o BankBoston nos Estados Unidos. Curiosamente, está a cargo de Meirelles escolher o futuro presidente da autoridade monetária, já que essa foi uma das condições impostas por ele para assumir o Ministério da Fazenda caso o Senado aprove o impeachment de Dilma Rousseff.
A retirada do status de ministério do BC esteve em pauta recentemente no governo Dilma. Foi apoiada pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, como parte da proposta da presidente de enxugar a máquina pública. O assunto, porém, não avançou, diante da reação de Alexandre Tombini, que ameaçou deixar o comando da autoridade monetária. Polêmico, o tema deve voltar a agitar as massas.