Temer determina à equipe econômica que corte gastos para não aumentar impostos em 2017

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O presidente interino, Michel Temer, ordenou aos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, que cortem o máximo possível de despesas discricionárias (não obrigatórias) para que o governo não seja obrigado a aumentar impostos a fim de fechar a proposta de Orçamento de 2017 que será encaminhada ao Congresso até o fim deste mês.

Temer foi apresentado a números preliminares do Orçamento, mostrando que, com a combinação de mais cortes, aumento de receitas por causa do Produto Interno Bruto (PIB) maior (1,6% em vez de 1,2%) e recursos oriundos de privatização e concessões, será possível cumprir, sem traumas, a meta de deficit de R$ 139 bilhões no ano que vem.

As privatizações e concessões, segundo interlocutores de Temer, serão reforçadas nos próximos dias, para que o governo não se frustre nas projeções de receitas extraordinárias. A perspectiva inicial era arrecadar, nessa rubrica, R$ 55 bilhões. As contas, porém, foram refeitas para menor, cerca de R$ 50 bilhões. A diferença será coberta pela redução de despesas.

Há, porém, dentro do governo, quem defenda aumento de impostos regulatórios, como a Cide e o IOF, mesmo que marginalmente, para dar garantia de que a travessia em 2017 será tranquila. Mas a resistência do grupo político do governo é grande.

Brasília, 15h49min

Vicente Nunes