Rosenfield foi indicado pelo ministro Sergio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional. Os dois são amigos. O futuro ministro tem sido um interlocutor importante de Temer. Sempre que possível, os dois se encontram em São Paulo.
O gaúcho Rosenfield tem 67 anos. Ele estudou filosofia na Universidade Nacional Autônoma do México, onde defendeu uma tese sobre a Fenomenologia do Espírito, de Hegel. Depois, estudou na França, onde, em 1982, obteve o título de doutor de Estado em Filosofia pela Universidade Paris I (Panthéon-Sorbonne). Sua tese, denominada “Política e Liberdade em Hegel”, se transformou em livro, publicado em português, espanhol e francês.
O futuro ministro é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul desde 1982. Suas principais influências em filosofia são Thomas Hobbes, Kant e Hegel.
Hoje, o Ministério da Defesa é comandado pelo general Joaquim Silva e Luna, considerado conciliador, mas firme e pragmático. O general, que é engenheiro, passou boa parte da carreira construindo estradas na Amazônia. Inicialmente, a ideia de Temer era mantê-lo no cargo até o fim de seu mandato. Mas os ventos mudaram e o presidente decidiu substitui-lo por Rosenfield.
O filósofo assumirá a Defesa em um momento delicado, de forte insatisfação nas Forças Armadas, sobretudo no Exército, onde generais da reserva andam pressionando por um posicionamento mais duro do Alto Comando. Tanto que o chefe do Exército, general Eduardo Villas Bôas, foi obrigado a se posicionar nas redes sociais um dia antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) votar o habeas corpus de Lula.
As mensagens de Villas Bôas, dizendo que o Exército repudiava a impunidade, casaram muito incômodo no governo e na sociedade, pois ressuscitaram o fantasma do golpe militar de 1964.
Brasília, 12h51min