O buraco está tão grande, que o governo foi obrigado a injetar R$ 1,3 bilhão no caixa da estatal. Desse total, sobraram apenas R$ 370 milhões em patrimônio líquido. Ou seja, se os prejuízos continuarem e o Tesouro Nacional não enfiar mais nenhum centavo na companhia, o patrimônio ficará negativo.
Mesmo operando no vermelho, a Telebras ampliou o quadro de pessoal. Os gastos com salários atingiram, em 2018, R$ 76,1 milhões, 14,3% a mais do que ano ano anterior (R$ 66,5 milhões). As despesas com pessoal vêm aumentando sistematicamente ano a ano.
A estatal alega que os gastos maiores com a folha de salários decorre da concessão de aumentos dados a seus empregados por meio de promoções por mérito e antiguidade. Também houve aumento no quadro de colabores. Dentro do governo, muitos se questionam se o inchaço da folha é justificado.
Segundo o balanço da empresa, os salários dos diretores foram de R$ 38,8 mil (dado de dezembro de 2018). Entre os empregados. o maior salário pago foi de R$ 27,5 mil e o menor, de R$ 2,4 mil. O salário médio entre os funcionário ficou em R$ 11 mil.
Satélite
A Telebras tem se metido em uma série de confusões. Nos últimos anos, destinou mais de R$ 2 bilhões para a construção de um satélite, apontando com fundamental para levar internet às regiões mais remotas do país. Até hoje, porém, nenhum serviço está sendo prestado.
Depois de uma longa batalha na Justiça, a estatal conseguiu o reconhecimento de sua parceria no satélite com a empresa Viasat Brasil. No caso do projeto de cabo submarino ligando o Brasil e a Europa, a Telebras substituiu a sua participação societária pelo direito do uso irrevogável de parte da capacidade do sistema de comunicação.
No balanço, a Telebras informa que, tanto com o satélite quanto com o cabo submarino, formará “a mais moderna e abrangente rede de telecomunicações do Brasil”. A previsão é atender uma população superior a 130 milhões de pessoas. Mas isso exigirá sempre uma boa gestão.
Brasília, 19h29min