TCU vê ligações de auditor que fez “estudo paralelo” com filhos de Bolsonaro e presidente do BNDES

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Com base em investigações preliminares, o Tribunal de Contas da União (TCU) não só já descobriu o nome do auditor que fez um “estudo paralelo” indicando que “metade das mortes pela covid-19 não existiram“, como identificou fortes ligações dele com filhos do presidente Jair Bolsonaro e com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Motezano.

O “estudo paralelo” é datado de 6 de junho e está circulando em grupos internos do TCU. Coincidentemente, nesta segunda-feira (07/06), o Bolsonaro usou as informações falsas para tentar minimizar a pandemia do novo coronavírus, que já matou quase 500 mil brasileiros.

Depois de o TCU negar a existência de um estudo oficial sobre tal tema, Bolsonaro admitiu que o órgão nada tem a ver com a informação, mas reforçou que há “supernotificação” nos óbitos pela covid-19, sem apresentar qualquer prova. Afirmou, ainda, que determinou à Controladoria-Geral da União (CGU) uma apuração para saber se governadores inflaram dados para receber mais verbas do governo federal.

Para o TCU, está claro que esse auditor se deixou contaminar por questões políticas, tanto que vem publicando fake news em suas redes sociais, como o uso de invermectina para o tratamento da covid-19, além de incentivar ataques a governadores . Chegou-se a cogitar a cessão desse auditor para um outro órgão, mas o Tribunal barrou.

O TCU já abriu uma investigação para apurar as responsabilidades do auditor na disseminação de notícias falsas, inclusive por meio do “estudo paralelo” que foi citado pelo presidente da República. A disposição é de adotar medidas duras, pois o órgão pode ter a sua imagem comprometida se deixar o assunto passar em branco.

Brasília, 14h01min

Vicente Nunes