O Tribunal de Contas da União (TCU) já identificou o auditor que fez, por conta própria, um “estudo paralelo” citado pelo presidente Jair Bolsonaro como sendo um documento oficial do órgão. O “estudo paralelo”, que circulou pelo gabinete das sombras, aponta que as mortes pela covid-19 “são 50% menores do que o anunciado” pelos estados.
Ao mesmo tempo em que negou a existência de um estudo oficial que trate de mortes pela covid-19, o TCU abriu investigação para apurar o que levou o auditor a propagar informações falsas sobre tema tão sensível. Suspeita-se de alinhamento político com o governo. Esse auditor compartilha fake news em várias redes sociais, como já se apurou.
O “estudo paralelo”, considerado pelos ministros do TCU como um acinte, está circulando em grupos de integrantes do Tribunal. A perplexidade é grande, pois, além de os dados apresentados por esse auditor serem manipulados e falsos, reforça o perigo da mistura entre funcionários de órgãos fiscalizadores com questões políticas.
A posição fechada pelo TCU, depois de encerradas as investigações, é punir com rigor o auditor, pois é preciso dar exemplo. No entender dos ministros, comprovadas todas as suspeitas de irregularidades, não se seguirá o exemplo do Exército, que arquivou o processo administrativo contra o general Eduardo Pazuello, mesmo diante do evidente descumprimento por ele do Estatuto dos Militares.
Nesta terça-feira (08/06), o presidente Bolsonaro admitiu que os dados citados por ele com “base em estudo do TCU” são falsos.
Brasília, 13h17min