ROSANA HESSEL e HAMILTON FERRARI
A Secretaria de Política Econômica (SPE) vai fazer novo corte na projeção de crescimento da economia brasileira neste ano no próximo dia 12. E, de acordo com o secretário Adolfo Sachsida, chefe da SPE, a nova estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano ficará entre 0,8% e 1%.
“Por enquanto, esse é o dado que o nosso modelo está rodando”, disse ele ao Blog. A estimativa atual está em 1,6%, bem acima da mediana no mercado, de 0,82% após 19 semanas de cortes consecutivos, mas alguns especialistas começam a considerar que o teto para o PIB deste ano está em 0,5%. Essa mudança na taxa de crescimento afetará bastante a estimativa de receita do Orçamento deste ano, forçando a necessidade de um novo contingenciamento, que deverá ser anunciado no próximo dia 19.
“Haverá frustração de receita”, adiantou Sachsida, justificando o porquê novo bloqueio de recursos para o cumprimento da meta fiscal, que permite um rombo de até R$ 139 bilhões nas contas do governo central. “Quando fazemos a previsão não podemos ser otimista nem pessimista. Tem custo para os dois lados. Vamos fazer o melhor possível com os dados que temos no momento”, disse.
Transparência
Sachsida adiantou que pretende abrir as portas da SPE para os jornalistas na manhã do próximo dia 18. A ideia é mostrar como funciona a secretaria responsável por formular projetos e propostas econômicas do governo federal e avaliar os impactos macroeconômicos das políticas públicas. Os técnicos de cada área farão apresentações explicando como atuam e fazem as estimativas de cenário.
“Nosso objetivo é dar mais transparência para o nosso trabalho para quem ”, afirmou o secretário. A secretaria elabora cenários econômicos, acompanha e avalia indicadores, desenvolve pesquisas diagnósticas buscando o desenvolvimento sustentável dos mercados de crédito, de capitais, de seguros e de Previdência complementar, buscando estimular uma maior concorrência e abertura de mercado, assim como promover a melhoria do ambiente de negócios rurais por meio da simplificação do processo de contratação do crédito rural, aprimorar a compreensão dos temas fiscais pelo mercado e qualificar o debate com o público externo sobre os rumos da política fiscal do País.