S&P mantém nota do Brasil, mas eleva perspectiva para “positiva”

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ROSANA HESSEL

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s reafirmou a nota do Brasil em BB-, mas elevou de estável para positiva a perspectiva para a avaliação do risco país de “estável” para “positiva”, devido, em grande parte, à aprovação da reforma da Previdência. Contudo, reforçou a preocupação com o quadro fiscal, considerado ainda muito ruim pela entidade que reiterou a chance de um upgrade na nota do Brasil “nos próximos dois anos”, se houver estabilização na dinâmica da dívida pública.

“A revisão da perspectiva para positiva de estável reflete nossa visão de que a aprovação da reforma da Previdência e o progresso esperado em outras medidas fiscais, combinadas com um crescimento da economia moderado impulsionado por uma demanda doméstica mais forte, poderiam melhorar a posição fiscal do Brasil no médio prazo (próximos três anos)”, informou a agência norte-americana nesta quarta-feira (11/12). A instituição reforçou a necessidade de continuidade do ajuste fiscal, uma vez que a dívida pública ainda e o rombo das contas públicas ainda são “muito elevados”.

De acordo com a S&P, um conjunto combinado de iniciativas, incluindo uma taxa de juros “potencialmente estruturalmente mais baixa”, podem levar a uma dinâmica fiscal e de crescimento mais forte do país.

A S&P prevê crescimento de 1% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, deste ano, e de 2%, em 2020. A instituição não vê queda no tamanho da dívida pública bruta do país, passando de 79,8% do PIB, neste ano, para 85,3%, em 2022. A taxa média dos países emergentes gira em torno de 50% do PIB. Com a nota BB- da S&P, o Brasil continua três degraus abaixo do selo de bom pagador.

Vicente Nunes