A ideia de submeter os órgãos ambientais ao Ministério da Agricultura, eliminando a pasta do Meio Ambiente, anunciada pela equipe de Jair Bolsonaro, tem a oposição de muita gente na sociedade e no atual governo. No Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), há até mesmo perplexidade.
O órgão é responsável por fiscalizar as propriedades rurais, checando se não há desmatamento ilegal, se agrotóxicos estão bem armazenados, etc. A queixa dos produtores rurais é com esse trabalho, que, na visão deles, atrapalha. Mas apenas 1% das atuações do Ibama são na área agropecuária.
Assim, ao colocar nas mãos do ministro da Agricultura a fiscalização agropecuária, o Planalto precisará jogar para ele também os outros 99% das pendengas do Ibama, que dizem respeito à mineração, às indústrias e a outros empreendimentos, a maior parte em áreas urbanas.
A polêmica está tão grande em torno do assunto, que o presidente eleito Jair Bolsonaro disse, em entrevista nesta quinta-feira (01/11), que nada está decidido. O martelo sobre a incorporação ou não do Meio Ambiente pela Agricultura será batido nos próximos dias.
Brasília, 17h10min