Entre março e maio de 2018, o setor público empregou mais 319 mil pessoas em todo o país, elevando em 2,9% o total de servidores registrados no mesmo período do ano passado, segundo o IBGE. Já o total de desempregados, na mesma base de comparação, caiu de 13,8 milhões para 13,2 milhões. A taxa de desemprego recuou de 13,3% para 12,7%.
Na avaliação de especialistas, União e, sobretudo, estados e municípios aceleraram o passo nas contratações por causa das restrições eleitorais. Por lei, Executivo e Legislativo não podem nomear servidores três meses antes das eleições e até a posse do novo presidente da República.
Assim, os governos aproveitaram para chamar muita gente que havia sido aprovada em concursos. Isso está acontecendo, por exemplo, no Distrito Federal, que vem nomeando especialmente para a área de saúde. Também houve nomeações por parte do Judiciário e de empresas públicas, que estão fora das restrições eleitorais.
Para economistas, os governos deveriam ter mais cuidado antes de ampliarem o quadro de contratados, uma vez que o setor público já está inchado. A União deve encerrar 2018 com rombo de até R$ 159 bilhões no caixa e estados e municípios estão, em grande maioria, no vermelho, sem recursos, inclusive, para pagar salários. No total, o Brasil tem 11,5 milhões de trabalhadores no setor público.
Números de arrepiar
Os dados do desemprego estão terríveis. Segundo o IBGE, o nível de ocupação no país entre março e maio, de 53,6%, sofreu queda de 0,3 ponto percentual frente ao trimestre imediatamente anterior (53,9%). No mesmo período, o número de empregados com carteira de trabalho assinada (32,8 milhões) caiu 1,1%. No confronto com o trimestre de março a maio de 2017, a queda foi de 1,5% (-483 mil pessoas).
Brasília, 15h15min