Setor público criou quase 200 mil vagas entre julho e setembro

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Apesar da frágil recuperação da economia e das dificuldades de caixa, o setor público voltou a contratar com tudo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, apenas entre julho e setembro deste ano, prefeituras, governos estaduais e Executivo federal contrataram 191 mil pessoas, um aumento de 1,7% no quadro de servidores, que atingiu 11,5 milhões de trabalhadores.

Esse forte crescimento surpreendeu os analistas, uma vez que todas as esferas de governo vêm reclamando da falta de recursos e muitas unidade da Federação estão com os gastos com servidores acima do permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Acredita-se que muitas das contratações têm a ver com acertos políticos em troca de apoio. É um perigo para a máquina pública, cuja burocracia consome cada vez mais recursos que poderiam estar sendo destinados para as áreas sociais.

No Distrito Federal, a contratação está a todo vapor. Depois da aprovação do novo sistema de previdência dos servidores distritais, foram liberados R$ 170 milhões por mês. Com isso, o governador Rodrigo Rollemberg decidiu convocar aprovados em concursos, sobretudo para a área de saúde. Somente na semana passada, foram mas de 100 convocações.

Mesmo no governo federal, que vinha mantendo o discurso de que os concursos estavam suspensos, o quadro mudou. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, ressaltou que, pelo novo projeto de Orçamento de 2018, encaminhado ao Congresso, a União terá R$ 700 milhões disponíveis para contratar servidores. Mas só serão preenchidas vagas que estejam aberta ou que sejam liberadas por meio de aposentadorias de servidores.

O governo vinha usando o discurso da austeridade para aprovar o aumento das metas fiscais deste ano de 2018, ambas de deficit de até R$ 159 bilhões. Para não rasgar todo esse discurso, o Palácio do Planalto encaminhou ao Congresso medidas provisórias adiando o reajuste de servidores do ano que vem para 2019 e elevando a contribuição previdenciária deles de 11% para 14%.

Brasília, 18h01min

Vicente Nunes