Restaurante Foto: Enzo Pacelli/Divulgação

Setor de serviços registra alta de 2,4% em novembro, segundo IBGE

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

O setor de serviços voltou a crescer em novembro depois de registrar dois meses seguidos de queda, superando o patamar pré-pandemia, na média, mas a retomada continua desigual, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (13/01).

O avanço da vacinação contra a covid-19 no país durante o segundo semestre de 2021 e a reabertura da economia pouco antes da chegada a variante ômicron ao país ajudaram o segmento que tem uma participação importante no Produto Interno Bruto (PIB) do país e é o que mais emprega apresentar um crescimento em volume 2,4% em novembro na comparação com outubro. O dado ficou acima das estimativas do mercado, que esperava avanço em torno de 0,2%. Em receita, o crescimento foi de 1,9%.

 

De acordo com o IBGE, com o resultado o setor ficou 4,5% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, retornando ao mesmo patamar de dezembro de 2015, quando o PIB brasileiro encolheu 3,5%. Contudo, essa recuperação continua desigual. Das cinco categorias pesquisadas pelo órgão, três ainda não retornaram ao patamar pré-crise.

 

O segmento de serviços prestados às famílias, que inclui os setores de bares, restaurantes e hospedagem e é o que mais emprega, está 11,8% abaixo do nível de fevereiro de 2020. O setor de serviços profissionais e administrativos, ainda precisa crescer 4,2% para voltar ao patamar pré-crise. Para o de outros serviços recuperar o nível de fevereiro de 2020, falta crescer 2,5%. Enquanto isso, as atividades de serviços de informação e comunicação e o de transportes estão 13,7% e 7,2%, respectivamente, acima do nível pré-pandemia.

 

Na comparação com novembro de 2020, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE, apontou crescimento de 10%, em volume, e de 15,5%, em receita. No acumulado do ano, o crescimento em volume foi de 10,9%, também acima das estimativas do mercado, em torno de 6%. Em  12 meses até novembro, o avanço do volume foi de 9,5% —  a maior variação para o período desde o início da série com ajuste sazonal, iniciada em 2012. Enquanto isso, as receitas avançaram 13,9%, no ano, e 12,3%, no acumulado nos 12 meses encerrados em novembro.

 

Conforme dados do IBGE, quatro das cinco atividades investigadas registraram crescimento, com destaque para serviços de informação e comunicação, que avançou 5,4%. As demais expansões vieram de transportes, com alta de 1,8%; de serviços prestados às famílias, de 2,8%; e de outros serviços, de 2,9%. Na contramão, o setor de serviços profissionais, administrativos e complementares registram queda de 0,3% — a quarta taxa negativa consecutiva –, acumulando perda de 3,7%.

 

Os dados mostraram ainda que a média móvel trimestral apontou estabilidade no trimestre encerrado em novembro de 2021 frente ao mesmo intervalo encerrado em outubro. Duas atividades registraram crescimento, os serviços prestados às famílias (2,1%) e os de informação e comunicação (0,8%). Outras duas tiveram queda: outros serviços (-3,6%) e profissionais, administrativos e complementares (-1,1%). Enquanto isso, transportes apresentaram estabilidade.

 

Ao registrar alta de 10%, na comparação com novembro de 2020, o volume registrou a nona taxa positiva seguida. O resultado, segundo o IBGE, trouxe expansão em quatro das cinco atividades e contou ainda com crescimento em 69,3% dos 166 tipos de serviços investigados. Os destaques foram os segmentos de transportes, serviços auxiliares e correio, com alta de 13,3% e e o de serviços de informação e comunicação, que avançou 11,4% na comparação anual.

 

Os demais avanços viram do setor de serviços prestados às famílias, com salto de 21,0% e o serviços profissionais, administrativos e complementares, com avanço de 4,6% , “com incrementos de receita em: hotéis; restaurantes; e serviços de bufê, no primeiro ramo; e em serviços de engenharia; locação de automóveis; atividades de cobranças e informações cadastrais; gestão de ativos intangíveis não financeiros; organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções; e agências de viagens, no último”, de acordo com o IBGE.

 

A única taxa negativa ficou com o setor de outros serviços, que encolheu 4,5%, pressionado, sobretudo, pela menor receita auferida pelas empresas de atividades de pós-colheita; de recuperação de materiais plásticos; e de administração de bolsas e mercados de balcão organizados.

 

No acumulado do ano, a alta de 10,9%, apresentou taxas positivas em todas as cinco atividades e em 72,9% dos 166 tipos de serviços investigados. Entre os setores, as contribuições positivas mais importantes, segundo o órgão, ficaram com transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com avanço de 15,1% e informação e comunicação, com alta de 9,4%. O setor de serviços profissionais, administrativos e complementares cresceu 7,2%; o de serviços prestados às famílias, 17,8%; e o de outros serviços, 5,9%.

 

Um destaque apontado pelo IBGE em novembro foi o crescimento de 4,2% no índice de atividades turísticas cresceu 4,2% frente a outubro, sétima taxa positiva consecutiva, período em que acumulou um ganho de 57,5%. “O segmento de turismo ainda se encontra 16,2% abaixo do patamar de fevereiro de 2020. Regionalmente, oito dos 12 locais pesquisados acompanharam este movimento de expansão”, destacou o órgão. A contribuição positiva mais relevante ficou com São Paulo (8,0%), seguido por Rio de Janeiro (2,8%), Paraná (6,3%) e Minas Gerais (2,3%). Entre as quedas, os dados negativos mais importantes ficaram com Pernambuco (-1,1%) e Bahia (-0,4%).