Setor de serviços cresce 0,7%, mas não recupera o patamar pré-pandemia

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ROSANA HESSEL

O setor de serviços registrou crescimento de 0,7% em abril, na comparação com o mês de março, quando houve recuo de 3,1%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (11/06), considerando a série com ajuste sazonal da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).  O segmento, o que mais emprega e corresponde a pouco mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, ainda não conseguiu recuperar o patamar pré-pandemia da covid-19.

De acordo com o IBGE, o setor de serviços ainda se encontra 1,5% abaixo do nível de fevereiro de 2020. A recuperação entre as cinco atividades pesquisadas pelo órgão na PMS é desigual, com destaque para atividade serviços prestados às famílias, uma das mais importantes do levantamento, porque é onde está a maioria dos empregos e é o mais afetado pela covid-19. Essa atividade está 40,1% abaixo do patamar pré-crise e a subcategoria, que inclui hotéis e restaurantes, o fosso é um pouco maior: de 41,1%.

O resultado da PMS de abril ficou acima das expectativas do mercado, cuja mediana estava em torno de 0,35%, conforme analistas.

Na série sem ajuste sazonal da PMS, o setor avançou 19,8% na comparação com abril de 2020, segunda taxa positiva seguida e a mais intensa da série, iniciada em janeiro de 2012, segundo o IBGE, que identificou avanço em todas as cinco atividades e em 78,3% dos 166 tipos de serviços investigados.

De janeiro a abril, o crescimento do setor foi de 3,7% e, no acumulado em 12 meses até abril, o desempenho está no campo negativo, com queda de 5,4%.

Conforme os dados do IBGE, a alta de 0,7% de março para abril de 2021 foi acompanhada por duas das cinco atividades investigadas: informação e comunicação (2,5%), que acumulou ganho de 4,7% nos últimos três meses; e serviços prestados às famílias, com alta de 9,3%, que recupera somente uma pequena parte da queda de 28% registrada em março.

Em contrapartida, os únicos resultados negativos deste mês foram os serviços profissionais, administrativos e complementares, com queda de 0,6%, alcançando a segunda taxa negativa seguida; e os outros serviços, com recuo de 0,9%, eliminando pequena parte do ganho acumulado de 6,2% entre fevereiro e março. O setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (0,0%) assinalou estabilidade em abril, após ter recuado 3,1% em março, conforme os dados do IBGE.

Vicente Nunes