Empresas do setor coureiro-calçadista prometem ampliar o diálogo e a negociação com os clientes para evitar protestos de títulos e garantir o acesso de revendedores a linhas de crédito. As indústrias também estão dispostas a flexibilizarem os prazos de pagamento e a suspenderem ou adiarem a entrega de mercadorias.
Tais medidas têm como objetivo preservar as relações comerciais entre as empresas, com o objetivo de preservar uma cadeia que gera mais de 1,5 milhão de empregos diretos no Brasil.
Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Haroldo Ferreira diz que o momento é grave e exige o entendimento entre os elos da cadeia, para evitar um agravamento da crise provocada pelo novo coronavírus. “O consumo vem caindo abruptamente em função do avanço da pandemia. Desta forma, é preciso que todos, desde o fornecedor até o varejo, façam a sua parte, com compreensão e solidariedade”, afirma.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), André Nodari, a pandemia do novo coronavírus é a maior crise mundial desde a Segunda Grande Guerra. Por isso, a necessidade de pronta reação da sociedade e do governo. “É hora das pessoas e das empresas colocarem o bem comum acima de interesses pessoais, tanto no aspecto de saúde quanto no econômico. É hora de os governos agirem para minimizar a recessão”, acrescenta.
Prioridades
Representante do varejo, Marcone Tavares, presidente da Associação Brasileira dos Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), destaca que, neste momento, as empresas do setor estão priorizando pessoas e seus empregos diretos e indiretos. “Na lista de prioridades estão os parceiros comerciais e, por fim, o governo, que precisa dar a sua contribuição”, diz.
A superintendente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Ilse Biason Guimarães, também prevê momentos delicados, por se lidar com vidas humanas. Ela salienta que é importante que todos contribuam, e, principalmente “busquem fortalecer a união em torno de soluções e da condução de pleitos que possam reduzir os impactos da crise”.
Na avaliação de José Fernando Bello, presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), a adaptação e os ajustes de todos negócios, independentemente do tamanho que tenham, serão fundamentais para que o impacto da pandemia na economia seja o menor possível. “Isso será crucial para que tenhamos resultados positivos sobre os cuidados, a segurança e a atenção especial com as pessoas e a sociedade”, avalia.
Brasília, 19h35min