Há uma clara disposição de servidores públicos de irem à Justiça para cobrar o que pagaram a mais em empréstimos consignados para sustentar o esquema de propina comandado por Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento de Lula. Segundo a Polícia Federal, cada servidor aposentado e da ativa que tomou um financiamento com desconto em folha pagou R$ 1 por mês para a quadrilha, totalizando R$ 100 milhões entre 2009 e 2015.
Os contratos de consignado eram gerenciados pela Consist. De cada R$ 1 cobrado dos servidores por mês, R$ 0,30 efetivamente pagava a operação e R$ 0,70 era para propina. As investigações da Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava-Jato, indicam que Paulo Bernardo, que está preso, embolsou R$ 7 milhões em propina. O esquema também irrigou o caixa do PT e teria beneficiado Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência e companheiro de Dilma Rousseff em passeios de motos por Brasília.
Para a servidora aposentada Helena Silva, não há como o funcionalismo aceitar, passivamente, os desvios de recursos por um esquema criminoso. “Já consultei meu advogado. Vamos reunir o maior grupo possível de servidores para cobrar do Planejamento o que nos tiraram ilegalmente”, diz.
Brasília, 15h10min