Para Serra, a criação da TLP é inconstitucional e vai aumentar o custo para o Tesouro Nacional, que equaliza as taxas de juros juros, sobretudo do crédito rural. Para o senador tucano, sequer há previsão orçamentária para isso. Ao ouvir os argumentos do colega, Lindbergh determinou que o relator da MP 777 apresente o impacto financeiro da TLP na próxima reunião da comissão.
Tucano e petista verbalizam muito o pensamento do empresariado, que teme o encarecimento dos empréstimos do BNDES e do crédito rural, já que a TLP seguirá a variação das Notas do Tesouro Nacional série (NTN-B), muito suscetíveis aos humores do mercado. O governo, porém, rebate. E alega que, com a TLP, todos os financiamentos concedidos pelos bancos públicos ganharão mais transparência e será possível medir o real custo dos subsídios dados pelo Tesouro.
Em reuniões internas, o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, diz que a aprovação da TLP é questão de honra e que o governo fará o necessário para convencer o Congresso a aprovar a MP 777, cujo prazo de validade expira em 6 de setembro. “Não vamos desistir”, ressalta. Ele promete liberar, em breve, um estudo no qual contabiliza todos os subsídios dados pelo governo em empréstimos, especialmente por meio do BNDES.
Serra e Lindbergh, por sinal, contam com o total apoio do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, para detonar a TLP. O executivo está trabalhando pesado para derrotar a proposta da equipe econômica, da qual faz parte. Rabello de Castro se tornou persona non grata no gabinete de Meirelles.