O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, deu um claro sinal de que os senadores preparam uma derrota monumental para o ministro da Economia, Paulo Guedes. Pelo andar da carruagem, o Senado votará apenas um ponto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial: a volta do auxílio emergencial. Deixará no limbo todas as contrapartidas para o ajuste fiscal.
Todos os pontos da PEC Emergencial, que foi bastante enxugada, foram negociado com o ministro da Economia. Para ele, é fundamental que o Congresso dê um novo marco fiscal como contrapartida à recriação do auxílio emergencial, cujas despesas ficarão de fora do teto de gastos e levarão o governo a mais endividamento.
“Não avaliamos isso ainda, mas, eventualmente, pode ser uma possibilidade”, diz Pacheco, sobre a a votação, pelo Senado, apenas do ponto que trata do auxílio. Segundo a equipe econômica, o benefício será pago em quatro parcelas, entre março e junho, num valor de até R$ 250.
A perspectiva do governo era de que a PEC Emergencial como um todo — inclusive com seu ponto mais polêmico, o que desvincula as verbas de saúde e educação — fosse votada nesta quinta-feira (25/02), em dois turnos. Agora, já se fala em avaliação pelos senadores na terça-feira (02/03).
Ao se ver diante de um derrota iminente, o Ministério da Economia colocou seus técnicos em campo para tentar conter a pressão pelo fatiamento da PEC Emergencial. Além de conversar com Rodrigo Pacheco, Guedes procurou o presidente da Câmara, Arthur Lira, que é um defensor ferrenho da desvinculação do Orçamento.
Lira prometeu ajudar Guedes e avisou que a Câmara pode não votar a PEC caso os senadores aprovarem só o auxílio emergencial, tão esperado pela população mais vulnerável. Mas a resistência à proposta não se resume ao Senado. Também os deputados estão, em maioria, avessos a colocar em risco as verbas para a saúde e a educação.
Brasília, 17h15min