“Senado cometeu um crime contra o país ao derrubar veto e garantir reajuste de servidores”, diz Guedes

Compartilhe

O ministro da Economia, Paulo Guedes, ladeado pelo ex-desafeto, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse que o “Senado cometeu um crime contra o país ao derrubar o veto (do presidente Jair Bolsonaro) ao reajuste de servidores”.

Segundo Guedes, o Senado empurrou uma fatura de R$ 120 bilhões aos cofres públicos, num momento em que o governo está priorizando gastos com a saúde para salvar vidas e a economia. “Um dessatre. Esperamos que a Câmara reverta isso”, afirmou, endossado por Marinho.

O Senado derrubou, por 42 votos a 30, o veto de Bolsonaro à possibilidade de reajuste dos servidores até o fim de 2021. A Câmara ainda deve analisar o veto nesta noite. O congelamento dos reajustes foi incluído no projeto de socorro a estados e municípios por conta da crise causada pelo coronavírus. A proposta prevê repasses de R$ 60 bilhões aos governos locais e autoriza a suspensão de dívidas com a União e com os bancos públicos.

Ministro diz que Senado deu péssimo sinal

No entender de Guedes, a derrubada do veto pelo Senado, “a Casa da República”, é um péssimo sinal aos investidores, justamente num momento em que a economia está recuperando as forças e os juros e a inflação estão em baixa. “Foi um péssimo sinal. Pegar dinheiro da saúde e permitir que se transforme em aumento de salários de servidores é um crime contra o país”, frisou

O trecho vetado por Bolsonaro e derrubado pelo Senado blinda algumas categorias, como médicos e policiais, da proibição de correção de salários de servidores da União, de estados e municípios como contrapartida ao auxílio federal.

Inicialmente, o texto elaborado pela equipe econômica, em conjunto com senadores, previa o congelamento de salários de todos os servidores federais, estaduais e municipais por 18 meses.

Brasília, 20h42min

Vicente Nunes