Ainda sem uma punição exemplar, ele tem se mostrado bastante agressivo com colegas do curso de pós-graduação em Comunicação Social. Em um grupo de mensagens que reúne alunos da classe, João Bernardo ataca todos aqueles que discordam das posições dele.
Numa recente conversa sobre o dia de uma prova do curso, o português partiu para cima de um colega que se confundiu com uma informação. Não satisfeito, mandou um outro estudante calar a boca, pois não tinha que interferir na discussão.
O clima ficou tão pesado, que os dois administradores do grupo decidiram proibir o envio de mensagens. Agora, apenas eles podem inserir informações que sejam do interesse de todos. Vários participantes do grupo ficaram com medo de um novo ato de violência por parte de João Bernardo.
Direito à ampla defesa
A agressão do português a Grazielle ocorreu em 28 de novembro do ano passado. Sob pressão de alunos e professores, a Universidade do Minho abriu um processo administrativo para apurar a violência contra a brasileira.
Tudo começou por causa de um desentendimento em torno de um trabalho de classe. Grazielle se atrasou alguns minutos para chegar à universidade, o que irritou João Bernardo. Ao repreender os colegas, o português não se conformou com o fato de a brasileira ter lhe respondido à altura.
Várias testemunhas já foram ouvidas dentro do processo, entre elas, a professora que socorreu Grazielle na hora da agressão. Como manda a lei, João Bernardo terá de apresentar a sua defesa até 29 de janeiro. Só depois disso a universidade tomará uma posição.
Enquanto esperam pelo veredicto da universidade, colegas de classe do português não escondem o descontentamento de terem de conviver diariamente com ele. Dos 11 estudantes que fazem parte do mesmo módulo que ele, de audiovisual, oito assinaram uma carta encaminhada à reitoria da universidade pedindo o afastamento de João Bernardo.
Grazielle, por sua vez, tenta se reconstruir, depois da enorme violência da qual foi vítima. As marcas no rosto deixadas pelo soco dado por João Bernardo desapareceram, mas as feridas internas continuam abertas. Seu maior medo é que impere a impunidade.