RODOLFO COSTA
Uma situação pitoresca virou fofoca entre diplomatas e na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Ex-presidente da empresa ligada ao Itamaraty na gestão Bolsonaro, Alecxandro Carreiro, publicou nas redes sociais, com orgulho, sua aceitação ao curso Creating Public Value, em português, Criando Valor Público, da conceituada Harvard Kennedy School. Com um “print”, ele prova a confirmação por parte do Comitê de Admissão de Educação Executiva da instituições de ensino norte-americana. O problema é que, afirmam fontes ao Blog, ele não fala fluentemente a língua inglesa.
O curso é uma espécie de MBA, uma pós-graduação ministrada pela Harvard. Pessoas que conhecem Carreiro e não têm lá muita simpatia por ele questionam a admissão. “Alex não consegue falar nem bom dia em inglês. Como ele conseguiu ser aprovado num MBA em Harvard? Muito estranho”, questionou uma fonte ao Blog. Uma outra fonte confirma. “Ele não fala inglês mesmo não”, afirmou. “Mas esses cursos de curta duração da Harvard não exigem proficiência no idioma. Esses cursos curtos são ‘caça níqueis’. Não exigem fluência no inglês. Se você for ao curso e ‘boiar’, o problema é seu”, acrescentou.
O Blog procurou Carreiro, mas ainda não obteve um posicionamento. O ex-presidente da Apex-Brasil foi a primeira demissão feita no atual governo e a primeira polêmica. Demitido ainda na primeira quinzena de janeiro pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ele se recusou a deixar o cargo e seguiu, nos primeiros dias após a demissão, despachando normalmente na agência. Sustentou que somente o presidente Jair Bolsonaro teria prerrogativa para demiti-lo.
A admissão foi assinada por Bolsonaro e chancelada por Ernesto. No entanto, o chanceler ficou irritado ao tomar conhecimento das mudanças na agência, sem que tenha sido consultado. Carreiro demitiu 17 funcionários e contratou mais de 20. Chegou ao ponto de substituir responsáveis por várias gerências estratégicas, como as de investimentos, finanças, jurídicas e auditorias, por pessoas de fora da empresa ligada ao Itamaraty.