Sem os R$ 10,4 bilhões referentes ao aumento de impostos, a conta não fechará. E não há para onde o governo correr. O Orçamento está no limite. Com o corte de R$ 5,9 bilhões anunciado com o aumento de impostos, estão congelados, agora, R$ 45 bilhões. Há órgãos públicos que, sem dinheiro, estão suspendendo os serviços.
A meta fiscal só não mudou ainda por causa do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que se diz fiador do ajuste das contas públicas. Para ele, se o deficit de até R$ 139 bilhões for aumentado, toda a credibilidade da política econômica irá para o buraco. A promessa de ajuste está na base de apoio que os investidores têm dado ao governo.
A expectativa da equipe econômica é de que a Advocacia-Geral da União (AGU) consiga derrubar o mais rapidamente possível a liminar concedida pela Justiça de Brasília. Cada dia a menos de arrecadação será um suplício, pois será preciso compensar a diferença com menos gastos.
O risco de a máquina pública entrar em colapso é enorme. O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Leonardo Gadelha, já disse ao Correio que, se não receber verbas extras, quase a metade dos postos de atendimento terá que ser fechada. Os serviços do INSS, por sinal, pioraram muito.
O governo está correndo contra o tempo para recuperar o direito de elevar o PIS/Cofins sobre combustíveis. Mas está ciente de que a liminar concedida nesta terça-feira, 25, é a primeira de uma batalha judicial que está colocada.
Há muitas dúvidas entre os especialistas se o instrumento que o governo usou para elevar os tributos, um decreto, foi o melhor. Muitos falam que o tema teria que ter passado pelo Congresso, respeitando os 90 dias para o aumento de impostos entrar em vigor depois de ser aprovado.