Segunda prévia do índice do aluguel mostra desaceleração em junho

Compartilhe

ROSANA HESSEL

A segunda prévia de junho do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), utilizado na correção dos contratos de aluguel, apresentou desaceleração em relação ao segundo decêndio de maio, passando de 3,83% para 1,27%, conforme dados divulgados, nesta sexta-feira (18/06), pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). No ano, o indicador acumulou alta de 15,85% e, em 12 meses, saltou 36,65%.

“O IGP-M mostrou uma desaceleração importante que só foi possível por conta de uma trégua na alta dos preços das commodities e do minério de ferro, que cederam um pouco, e essa queda dos preços ajudaram no resultado de um IGP-M abaixo de 2% na segunda prévia de junho”, explicou o economista André Braz, coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre. Ele reconheceu que a valorização do real frente ao dólar também ajudou nesse arrefecimento do IGP-M em junho, mas reconheceu que o custo da energia, que vem sofrendo reajustes devido à crise hídrica, e o aumento da gasolina têm ajudando a manter o indicador de preços em alta.

Na avaliação do economista, essa taxa abaixo de 2% “deve ser a tônica do indicador para o mês”, mas reconheceu os preços das commodities ainda estão elevados, o que não impediu elevação no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do IGP-M. “Não foi uma queda, mas uma alta menos intensa em junho”, alertou. Nos 20 primeiros dias de junho, o IPA subiu 1,26%, abaixo dos 4,96% registrados no mesmo período de maio. No acumulado do ano, essa prévia do IPA saltou 19,98% e, em 12 meses, disparou 48,77%.

Entre os destaques do IPA, a taxa do grupo de matérias-primas brutas passou de 9,53%, no segundo decêndio de maio, para 0,28%
em igual período de junho. O milho e a soja apresentaram queda nessa segunda prévia, de 4,30% e de 3,09%, respectivamente. No acumulado em 12 meses, os produtos agrícolas registral alta de 53,66% e as matérias-primas, de 73,99%.

De acordo com Braz, essa desaceleração no preço dos grãos, principalmente da soja, pode ser momentânea, porque podem significa uma volatilidade conjuntural, já que existe muita liquidez no mercado global. “Tem muito dinheiro na mesa, pelo bom português e isso é um incentivo para o aquecimento da economia global e a valorização desses grãos, mas é verdade também, que os preços ja subiram muito nos últimos 12 meses, e em parte, a valorização mais recente do real frente ao dólar, que está em média de 5% em maio, e isso ajuda a conter a inflação do IGP”, explicou.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,62% no segundo decêndio de junho, contra 0,48% no mesmo período de coleta de maio. Segundo os dados da FGV, quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação, com destaque o grupo transportes, com avanço de 0,20% para 1,62% no mesmo intervalo de comparação, foi puxado pela gasolina, cuja taxa passou de -0,23% para 3,03%. Devido à alta dos preços na energia, os custos no grupo habitação, aceleraram de 0,96% para 1,05%%.  No acumulado do ano, o indicador registrou alta de 3,45%, e, em 12 meses, avançou 7,98%

Já o  Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) mostrou aceleração na segunda prévia de junho, passando de 1,25%, em maio, para 2,75%. De janeiro a junho, o indicador subiu 9,86%, e, em 12 meses, avançou 17,38%.

Vicente Nunes