POR ANTONIO TEMÓTEO
A presidente afastada, Dilma Rousseff, e seus auxiliares não tinham uma segunda-feira tão agradável há meses, como hoje. Todos no entorno dela comemoraram a crise instalada no Palácio do Planalto com a notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, recebeu propina da construtora OAS.
No Alvorada, os auxiliares de Dilma apostam que o ex-presidente da Câmara dos Deputados será o próximo ministro de Michel Temer a cair. Depois dele, será a vez do secretário de Governo, Geddel Vieira Lima, também citado na operação Lava-Jato. O advogado-geral da União, Fabio Osório, e a secretária de Políticas para as Mulheres, Fátima Pelaes, ainda figuram na bolsa de apostas entre os que devem ser substituídos brevemente.
Outro fato que agradou os petistas foi o recuo do presidente da comissão do impeachment, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), em reduzir os trabalhos do colegiado em 20 dias. Os governistas pretendiam alterar o cronograma do processo . Mudaram de ideia após o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, sinalizar que iria indeferir o pedido. Lewandowski defende o mesmo rito adotado na cassação do mandato do ex-presidente Fernando Collor.
Indicações políticas
Um assessor de Dilma também comentou, como vitória, a decisão do presidente interino, Michel Temer, de suspender as nomeações para estatais e fundos de pensão enquanto o projeto de lei que cria regras para a escolha dos dirigentes não for aprovado pela Congresso. “Não adianta definir normas para escolher os chefes das empresas públicas e das entidades fechadas de previdência complementar se as indicações políticas continuarem”, observou.
Dilma está mais convencida do que nunca de que retornará ao Palácio do Planalto brevemente. E diz querer ver Temer saindo pelas portas dos fundos, sem nem olhar para trás.
Brasília, 23,26min