O recado de Carlos da Costa foi dado, à época, à General Motors (GM), cujos representantes no Brasil relataram, no encontro, que os altos custos tributários no Brasil estavam inviabilizando o funcionamento de várias fábricas da empresa, entre elas, a de São Bernardo do Campo, São Paulo. Disse o secretário de Paulo Guedes: “Se precisar fechar (fábrica), fecha”.
Naquele momento, segundo empresários do setor automobilístico, ficou claro que o setor não teria apoio do governo. A GM resistiu e continua liderando as vendas de carros no Brasil. Já a Ford repassou a fábrica que tinha em São Bernardo para os chineses e, agora, encerra, de vez, as atividades no Brasil.
É importante ressaltar que as montadoras sempre tiveram tratamento privilegiado dos governos brasileiros, independentemente da ideologia. Mesmo com todos os subsídios, não se modernizaram e viram a competição aumentar muito no mercado.
A Ford, simplesmente, perdeu o bonde da história. Contudo, não se pode negar que a sua saída do Brasil é emblemática e explicita o insucesso da política econômica do governo, que não conseguiu levar adiante a esperada reforma tributária.
Brasília, 18h19min