Se Bolsonaro aprovar reforma da Previdência de Guedes, dólar pode cair a R$ 3,60

Publicado em Economia

GABRIEL PONTE

Os investidores começaram a antecipar os avanços na proposta de reforma da Previdência Social. Tanto que a Bolsa de Valores de São Paulo está cravando novo recorde nesta quarta-feira, 9 de janeiro, e o dólar está sendo negociado abaixo de R$ 3,70.

 

Pelos cálculos dos especialistas, se o presidente Jair Bolsonaro endossar o projeto de reforma apresentado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, bem mais duro do que o proposto pelo governo de Michel Temer, inclusive com um regime de capitalização para os futuros trabalhadores, o dólar pode ceder até os R$ 3,60.

 

Já a Bolsa começará a testar a resistência dos 100 mil pontos. A expectativa é de que, já na próxima semana, Bolsonaro dê o aval a Guedes para encaminhar a proposta de reforma ao Congresso no início de fevereiro.

 

Militares

 

Há, porém, senões no meio do caminho. A pressão dos militares para ficarem de fora da reforma aumentou. Eles querem manter o atual regime especial, que prevê a ida para a reserva depois de 35 anos nas Forças Armadas. Também haverá pressão de bombeiros e policiais, que apoiaram abertamente a candidatura de Bolsonaro.

 

Paulo Guedes acredita que as resistências serão quebradas e assegura que todos devem dar sua cota de contribuição. Ele admite conversar sobre alguns setores, mas insiste que os regimes especiais não podem ficar de fora da reforma. A mudança tem que valer para todos.

 

Nesta quarta, o mercado também está sendo favorecido pelo clima mais positivo no mercado internacional, diante da possibilidade de os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do planeta, fecharem um acordo comercial, evitando retaliações de ambos os lados. Há, também, expectativa positiva em torno da ata do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, que sairá no fim da tarde.

 

Pouco depois das 11h, o dólar estava cotado a R$ 3,79 para venda. O Ibovespa, principal índice de lucratividade do pregão paulista, subia 1,24%, nos 93.169 pontos, novo recorde.

 

Brasília, 11h15min