Técnicos da equipe econômica explicam que, até bem pouco tempo, o consenso era de que servidores do Legislativo e do Judiciário não seriam alcançados pela reforma. Mas se decidiu por inclui-los no projeto que foi entregue ao presidente.
Os técnicos reconhecem, porém, que será difícil a reforma atingir plenamente os servidores do Legislativo e do Judiciário, mas o importante é que servirá de parâmetro para que os dois Poderes possam adequar suas regras às vigentes no Executivo depois de aprovados os ajustes. Juízes e deputados devem ficar de fora de qualquer mudança.
Bom exemplo
A equipe de Paulo Guedes diz que todos os servidores deveriam entrar na reforma administrativa, mesmo magistrados e parlamentares, de forma a dar um bom exemplo à nação, de que não se está mantendo privilégios. Se é para acabar com vantagens, que elas acabem para todos.
O problema é que a política está falando mais alto. E não se sabe até que ponto Bolsonaro está disposto a comprar a reforma por completo. Estrategicamente, a equipe de Guedes tratou alguns pontos da reforma de forma genérica, para que possam sem regulamentados por lei.
A reforma administrativa, asseguram assessores de Guedes, só avançou nos últimos dias, depois da pressão do ministro, que demonstrou ao presidente todo o seu descontentamento com a demora para o andamento de ajustes necessários na máquina pública. Por isso, Bolsonaro falou que Guedes ficará no cargo até o final do governo, mesmo sem ter sido questionado sobre o tema.
A torcida no Ministério da Economia é para que Bolsonaro interfira o menos possível no projeto de reforma administrativa, para que a PEC possa ser encaminhada rapidamente ao Legislativo. Os investidores estão ansiosos para que Paulo Guedes dê demonstração de força. A visão é de que ele está tendo as mãos atadas pela política. E isso é ruim para a economia.
Brasília, 09h13min