RODOLFO COSTA E OTÁVIO AUGUSTO
O deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), ex-ministro do Trabalho, será presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A indicação do parlamentar vem dos futuros ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM). a sugestão do nome teve o aval do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), que faz boa avaliação da gestão do parlamentar.
À frente do Ministério do Trabalho, Nogueira foi protagonista na formulação da reforma trabalhista encaminhada pelo governo do presidente Michel Temer (MDB) ao Congresso Nacional. O texto foi modificado no substitutivo do relator da matéria na Câmara, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), mas parte da espinha dorsal do texto, a prevalência do “acordado sobre o legislado”, foi mantida.
A ida de Nogueira para a Funasa sela, pelo menos por enquanto, uma polêmica no processo de transição. O governo eleito estudou migrar a autarquia vinculada ao Ministério da Saúde para outra pasta, ou até mesmo extingui-la. Oficialmente, ninguém comentou a possibilidade. O próprio Mandetta não falou sobre tal hipótese, disse apenas que tudo estava sendo meticulosamente estudado.
Uma possível transferência da Funasa ou até extinção do órgão preocupou servidores e demais colaboradores. Em matéria publicada pelo Correio, em 7 de dezembro, integrantes confidenciaram que Mandetta avaliava não ter necessidade manter a estrutura diante da existência de um ministério com a atribuição das atividades exercidas pela autarquia, o de Desenvolvimento Regional.
A Funasa foi criada há 28 anos para promover saneamento básico à população, uma das atribuições do futuro ministério do Desenvolvimento Regional. Mandetta avaliou a situação da autarquia com base em estudos e análises do Tribunal de Contas da União (TCU). No fim das contas, o futuro ministro da Saúde e Lorenzoni avaliaram que será positivo absorver a expertise de Nogueira no governo.
“Ronaldo é do Rio Grande do Sul e tem alinhamento com Onyx. Além da proximidade, a gestão desempenhada à frente do Trabalho foi bem avaliada para a decisão, que teve o respaldo de Mandetta”, afirmou um integrante da transição.
A decisão pegou de surpresa até mesmo superintendentes estaduais da Funasa. Quatro deles foram procurados pelo Blog e não estavam sabendo da novidade.