Rombo total da Geap chega a R$ 330 milhões, diz diretor

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ANTONIO TEMÓTEO

O buraco total no caixa da Geap Saúde alcança R$ 330 milhões, segundo diz o novo diretor executivo da empresa, Roberto Sérgio Fontenele Candido, em áudio ao qual o Blog teve acesso. Para tentar reverter esse buraco, ele ressalta que vai centralizar todos os pagamentos da Geap na diretoria executiva. Hoje, todas as regionais têm liberdade para pagar despesas.

“As regionais estão tendo muito liberdade. Eu não sei se essa liberdade é positiva. Vamos centralizar todos os pagamentos na diretoria executiva. Uma empresa que está tendo R$ 330 milhões a menos no caixa precisa acordar”, afirma Fontelene. Segundo ele, haverá dedicação especial à regional do Distrito Federal. “A filial do DF é a principal regional que vou me dedicar. Vou me dedicar bastante. Vamos recompor a filial de Brasília”, avisa.

O executivo ressalta que, desde que tomou posse, em 29 de março, vem promovendo um processo de enxugamento do quadro de pessoal. Em conversa com funcionários da empresa, diz que as demissões são necessárias. “Peço desculpa se estamos desligando algumas pessoas. Mas um dos meus pedidos (quando convidado para o cargo) foi esse. Eu preciso ter uma equipe na qual eu possa confiar”, ressalta.

Ele enfatiza que deu um prazo ao Conselho de Administração da empresa para que todos os diretores indicados por ele sejam nomeados (o site da Geap informa que vário cargos estão vagos). Se não for atendido, renunciará às funções. “Eu canto de galo sim, porque senão as pessoas que acham que mandam na Geap não vão me deixar fazer o trabalho que precisa ser feito, serei mais um bibelô como diretor executivo. Me convidaram para sanear a Geap”, enfatiza.

Na avaliação de Fontenele, é preciso agilidade no preenchimento dos cargos de diretoria. “Estou sozinho há três semanas tendo que assinar tudo. E fica o povo no Conselho de Administração discutindo o sexo dos anjos. Se, na segunda-feira (23 de abril), os nomes dos diretores que estão no conselho de administração não forem nomeados, vocês não me verão mais aqui. Palavra é palavra. Fiz uma negociação, queria liberdade para montar (a equipe). Não posso trabalhar com diretor que eu nunca vi a cara”, ressalta.

Fontenele diz que já tentaram empurrar nomes para as diretorias vagas da Geap, mas ele não concordou. Ele afirma que só aceita trabalhar com quem conhece, com que confia. Até agora, ele conseguiu nomear, como assessores, Emerson Silva Masullo, Gilton Paiva Lima (que será diretor de Controle) e Keila (que ele cita no áudio, mas não aparece no site na Geap). “Eles não têm indicação política, são técnicos. São pessoas que têm gabarito, têm currículo. Busquei trazer pessoas nas quais eu posso confiar”, reforça.

O Blog procurou a Geap, mas ninguém foi encontroado para comentar as declarações de Fontenele.

Brasília, 15h48min

Vicente Nunes