Por lei, quando a Selic atinge 8,5% ao ano ou fica abaixo desse patamar, a remuneração da poupança passa a acompanhar a taxa básica. Ou seja, a caderneta passa a render 70% da Selic mais a variação da taxa referencial (TR). Pelo modelo antigo, a poupança paga 0,5% ao mês (6,17% ao ano), mais a variação da TR.
As mudanças na remuneração da poupança foram feitas em 2012 pela então presidente Dilma Rousseff, que, à época, obrigou o Banco Central, comandado por Alexandre Tombini, a derrubar a taxa básica para até 7,25% ao ano. Nesse patamar, a poupança teria remuneração maior que os fundos de investimentos, os maiores financiadores da dívida pública. Era preciso evitar uma fuga de recursos dos fundos para a caderneta.
A bravata com os juros, porém, durou apenas seis meses, pois a inflação disparou. O BC foi obrigado a aumentar a Selic e, pouco tempo depois, a regra nova de remuneração da caderneta havia sido deixada de lado. Passou a valer, novamente, a regra antiga, de 0,5% ao mês mais a TR.
Inflação
Agora, acreditam os especialistas, a queda dos juros será mais consistente e duradoura, porque a inflação está sob controle e caminhando para se situar abaixo do centro da meta, de 4,5%. Não por acaso, vários especialistas dizem que a Selic pode cair até os 8%, o que ratificaria, de vez, a mudança nos ganhos da poupança.
É preciso fazer uma ressalva: os depósitos realizados até 3 de maio de 2012 continuam sendo corrigidos pela regra antiga. O ganho atrelado a Selic só passou a valer para os depósitos realizados a partir daquela data. É um pouco confuso. Por isso, os investidores devem ficar atentos para ver até que ponto a poupança será uma boa opção de investimentos.
Mês após mês, a caderneta vem perdendo recursos justamente porque há melhores opções de investimentos no mercado. Tudo, porém, requer atenção e paciência dos poupadores para fazer as contas e ver qual a melhor opção de aplicação de acordo com o seu perfil e as necessidades de caixa. Os ganhos da poupança não pagam Imposto de Renda.
Brasília, 09h30min